sábado, 12 de maio de 2012

DOMINGO DE CONSCIENTIZAÇÃO


MARIOLATRIA

Temos aí uma das principais linhas divisórias entre católicos e protestantes (e evangélicos). Para começar o próprio termo “mariolatria”, não é aceito pelos católicos romanos, que afirmam não adorarem a Maria.
1. Definição
O termo mariolatria significa “adoração a Maria”, devendo ser distinguido do vocábulo mariologia, isto é, a teologia acerca de Maria. O termo grego latreia, “adoração”, encontra-se no âmago da primeira dessas palavras, indicando uma honraria que o homem deve exclusivamente a Deus.
2. Distinções Feitas pelo Catolicismo Romano
O idioma latino tem várias palavras que são empregadas para indicar a idéia de adoração, segundo as explicações dos mestres católicos romanos:
Latria. Essa palavra aponta para a adoração devida unicamente a Deus. O termo grego
correspondente é latreia, “adoração”, “serviço prestado a”.
Hiperdulia. O tipo de veneração que pode (e deve) ser prestada a Maria, em face de sua alta posição como mãe de Jesus (“mãe de Deus”), um vaso especial, usado com o propósito divino de tornar realidade a encarnação do Logos. De acordo com a teologia católica romana, Maria deve ser considerada o mais sagrado e ímpar dos seres humanos mortais, ocupando ela uma categoria toda própria. Ali, ela é considerada dotada de poderes como medianeira dos pecadores, diante de seu Filho, sempre simpática ante os sofrimentos de seus filhos. Isso explica a ansiedade dos católicos romanos, de se aproximarem de Deus por meio de Maria. Jesus seria augusto, inabordável; mas Maria mostra-se justa e simpática para conosco, sempre disposta a ajudar ao homem. Em vista dessa sua posição e missão, de acordo com a mesma teologia católica romana, Maria merece a veneração que lhe prestam.
Dulia. Essa é a veneração que cabe aos santos, que ocupam uma posição inferior a de Maria, dentro da hierarquia dos poderes espirituais.


3. Mantendo as Diferenças.
Os estudiosos protestantes e evangélicos quedam-se boquiabertos diante da ginástica da teologia católica romana, a fim de defender a mariolatria. Em certo sentido, protestantes e evangélicos reconhecem níveis diferentes de respeito pelos poderes celestiais. Mas, se reconhecem que aqueles que viveram vidas dignas e santas, tornando-se exemplos para os cristãos das gerações posteriores, são dignos de nosso reconhecimento e emulação, nunca pensam em venerá-los ou adorá-los. Quando um crente fala em adorar, limita esse ato exclusivamente ao Senhor Deus – Pai, Filho e Espírito Santo. Distinguir entre respeitar e adorar é fácil para o cristão bíblico, mas dividir a adoração em três níveis: a Deus, a Maria e aos santos e anjos, é esperar demais da capacidade humana.
Outrossim, os protestantes e evangélicos também objetam a elaborada teologia que circunda Maria com excrescências extrabíblicas. Ora, é essa exaltada, mas distorcida teologia, que arma o palco para a hiperdulia, a veneração a Maria.
Os católicos romanos, de sua parte, pensam que aquela tríplice distinção pode ser feita na prática, e não apenas na teoria. Para eles, a hiperdulia é uma espécie de honraria extrema. No entanto, desde a Igreja antiga (embora não desde a Igreja primitiva, refletida no Novo Testamento), encontramos a veneração a Maria. Assim, nos dois escritos apócrifos Protenvangelium Jacobi (século II D.C.) e Transitus Mariae (século IV D.C.), essa veneração aparece de forma evidente. Esses antigos documentos obviamente ultrapassam a tudo quanto os livros canônicos do Novo Testamento
afirmam e ensinam a respeito de Maria. Isso porém, não constitui problema para os católicos romanos, porquanto eles acreditam um uma revelação progressiva, onde a teologia foi recebendo novos elementos, pois crêem que os papas e os concílios podem fazer adições aquilo que é ensinado na Bíblia. Para eles, o Novo Testamento representa apenas o estágio inicial da teologia cristã, que os séculos se encarregaram de ir modificando, ao ponto das contradições com os ensinos bíblicos pouco ou nada significarem. Isso posto, ninguém sabe onde chegará a teologia católica romana, se o Cristo ainda demorar-se muito quanto a sua parousia ou segunda vinda.
4. O Desenvolvimento da Mariolatria.
O Novo Testamento não oferece qualquer base ou razão para os homens prestarem hiperdulia a Maria. É sintomático o quão pouco as Escrituras dizem acerca de Maria, considerando-se que ela foi a mãe de Jesus. O que é indiscutível é que ela não figura na teologia do Novo Testamento. Isso posto, com base exclusiva nas Escrituras Sagradas, meramente reconhecemos Maria como mulher de grande piedade, mas não podemos prestar-lhe qualquer forma de dulia ou “adoração” ou “serviço” – seja hiperdulia, seja veneração. Na verdade, a veneração a Maria, pela Igreja Católica Romana, equipara-se a adoração prestada por quase todos os povos pagãos a alguma divindade feminina, do que a história antiga tão claramente testifica. Algumas dessas divindades femininas entravam em conflito com suas contrapartes masculinas. Na teologia católica romana popular Maria é considerada praticamente divina (se não totalmente). Assim, ela se tornou uma quarta figura componente, embora toda a cristandade sempre tenha aceito somente uma triunidade. Além disso, algumas daquelas divindades femininas dos pagãos eram esposas dos grandes deuses. Propagando-se o cristianismo, foi-se ausentando esse aspecto feminino da divindade, e, por isso, foi apenas natural que as pessoas se apegassem a Maria como uma possível candidata a preencher o hiato.
- Alguns teólogos falam sobre o Espírito Santo como se fosse um princípio feminino, como se, na trindade, houvesse os princípios do Pai, da Mãe e do Filho – uma idéia totalmente estranha as Sagradas Escrituras. Seja como for, o culto a Maria foi crescendo até que, por ocasião do concílio de Éfeso, ela foi oficialmente intitulada de Mãe de Deus. Todavia, esse título merece explicação. Originalmente, o título era uma declaração indireta da divindade de Jesus: Maria era mãe de Jesus; Jesus era Deus; logo, Maria era mãe de Deus. No entanto, nunca se pensara que Maria havia gerado Deus, como sua mãe o que seria realmente ridículo. Com a passagem do tempo, entretanto, a ênfase foi passando da palavra “Deus” para a palavra “mãe” exaltando assim a pessoa de Maria , e ela passou a fazer parte virtual da esfera da trindade, formando uma quaternidade, conforme já dissemos. Essa noção é bastante popular no catolicismo romano de nossos dias, ainda que difira da teologia católica romana mais sofisticada. O fato é que a noção de “mãe de Deus” envolve ensinos que se chocam frontalmente com os ensinamentos bíblicos. Por exemplo, Deus é um Ser eterno, sem princípio e sem fim – como teria ele mãe? Além disso, um ser mortal (como Maria) não poderia ter gerado um ser imortal (como é o caso de Deus). Também poderíamos indagar: Se Deus teve mãe, porventura também não teria pai? E, em seguida, avôs e avós? O fato é que a Bíblia jamais atribui a Maria o título de “mãe de Deus”. Essa noção é extrabíblica, inspirada por noções pagãs.
5. Seguiram-se Outros Dogmas Relativos a Maria
O primeiro corolário da doutrina de Maria como “mãe de Deus” foi o dogma da Imaculada Conceição, de 1854, que decretou que Maria é uma pessoa distinta da raça adâmica, porquanto teria sido concebida sem a mácula do pecado original, do qual toda a raça humana participa. Em seguida, veio o dogma da Assunção da Bendita Virgem Maria, segundo o qual se afirma que Maria ascendeu ao céu, a semelhança do que Jesus fizera. E assim ela conseguiu escapar a morte física. Essa foi a
doutrina oficializada pela Igreja Católica Romana, em 1950. A idéia de Maria como mediadora entre Deus e os homens já vem de mais longa data, embora também nunca figure nas Sagradas Escrituras. Estas são taxativas a respeito: “Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem (1 Timóteo 2.5). Esse único Mediador é chamado nas Escrituras de “nosso Salvador”. Mas a cristandade inventou uma “nossa Senhora”.
6. Objeções Evangélicas
a. As referências neotestamentárias a Maria não nos dão precedente para qualquer forma de mariologia ou de mariolatria, e nem encorajam a chamada hiperdulia, por mais ousadamente que tenha sido distinguida da latria. Ver Mateus 1.16 e seguintes; Mateus 13.55; Lucas 1.27 e seguintes; João 2.1 e seguintes; João 19.25 e seguintes; Atos 1.14, quanto as principais referências do Novo Testamento a Maria. O exame dessas passagens obvia o fato de que qualquer dogma católico romano acerca de Maria teve origem extrabíblica. Não há ali qualquer coisa que encoraje a mariolatria.
b. Aquela tríplice distinção católica romana entre tipos de adoração nem é lógica, nem é aplicável na prática, e nem é bíblica.
c. A adoração a Maria desvia a adoração devida unicamente a Deus, na pessoa de Jesus Cristo, sendo inteiramente errada do ponto de vista da Bíblia.
d. Maria, como mediadora entre Deus e os homens é um dogma contrário ao claríssimo ensino neotestamentário sobre essa importante questão.
e. O desenvolvimento histórico do dogma, juntamente com os seus corolários (a Imaculada Conceição e a Assunção), refletem uma teologia inaceitável para os evangélicos para os quais toda doutrina precisa ter firmes fundamentos bíblicos, e não
apenas alicerçados sobre as tradições e especulações humanas, visto que são sensíveis as Escrituras Sagradas. Toda essa questão da mariolatria é encarada com suspeita e rejeição, como ilegítima, baseada em certa concepção sobre a autoridade e sobre como os homens devem buscar a verdade.
f. A injeção de um elemento feminino na deidade é um empréstimo de noções pagãs.
7. A Questão da Autoridade
O ponto de vista católico romano não é nada seletivo, porquanto pensam que as doutrinas que vão surgindo são legítimas, mesmo quando não estão baseadas no Novo Testamento. Isso contrasta violentamente com a posição evangélica, que, embora nem sempre de modo coerente, insiste que toda doutrina deve estar completamente fundamentada sobre os ensinamentos da Bíblia, e que tudo quanto não tiver tal origem deve ser rejeitado.
8. A Questão da Lei do Amor
Não basta alguém ser doutrinariamente correto. Também é errado ir a guerra contra aqueles que discordam de nossos pontos de vista. É uma vergonha histórica que o cristianismo se tenha dividido em vários campos hostis, cada qual proferindo seus anátemas contra os demais. Debater, tendo em vista o esclarecimento da verdade, é bom, mas o ódio ao próximo é pior do que a doutrina errada. A primeira epístola de João ensina-nos que a prática da lei do amor é a substância própria da espiritualidade. “Nós sabemos que já passamos da morte para vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte” (1 João 3.14). O diabo odeia desde o começo, e tem muitos imitadores no próprio seio da Igreja. Não deveríamos hesitar em expressar desaprovação pelas idéias que julgamos serem injuriosas a fé cristã, mas isso deve ser feito com o propósito de sarar, e não de ferir e queimar.
Extraído de: Champlin, Russel N. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. IV, pág. 136-138 – Editora e Distribuidora Candeia. São Paulo. 1997.
Por oportuno é bom lembrar outra questão muito importante que é a respeito da família de Jesus. Após o nascimento de Jesus, o primogênito de Maria, ela teve, como outra mãe qualquer, outros filhos com José. Para comprovarmos isso biblicamente recorremos aos seguintes textos do Novo Testamento: Mateus 13.55 Não é este o filho do carpinteiro? e não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, e José, e Simão, e Judas? João 2.12 Depois disto desceu a Cafarnaum, ele, e sua mãe, e seus irmãos, e seus discípulos; e ficaram ali não muitos dias. Atos 1.14 Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria mãe de Jesus, e com seus irmãos. 1 Coríntios 9.5 Não temos nós direito de levar conosco uma esposa crente, como também os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas? Gálatas 1.19 E não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor.
Quanto ao cumprimento das doutrinas expostas na Bíblia, observemos os seguintes textos do Novo Testamento: Atos 2.42 E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. Romanos 16.17 E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles. Colossenses 2.8 Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo;
Portanto, a Bíblia não nos autoriza a seguirmos nem obedecermos a nenhuma outra doutrina além das que já estão nas Escrituras Sagradas.

Distribuído por: Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Cuitegí PB. - Maio/2012.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Bíblia de Estudo Pessoal

Bíblia de Estudo Pessoal
Clique e conheça as ofertas